Ontem quando cheguei à escola depois do treino estava morta. Nem forças tinha para arranjar o meu almoço, que agora levo sempre de casa. A minha vontade era comer qualquer coisa rápida e que não me desse muito trabalho.
Mas não o fiz. Fiz a minha salada com tomate, milho, cebola, atum e cogumelos, preparei a fruta e sentei-me a comer. Uma colega disse-me que não tinha paciência para logo de manhã ter que estar a pensar no que levar para o almoço. E fez-me uma pergunta que eu nunca tinha pensado conscientemente nela mas que me deixou curiosa em saber mais sobre o assunto. “Como tenho eu resolvido os chamados momentos de fome emocional”.
A fome emocional resume-se àqueles episódios momentâneos que muitos de nós temos, em que sem motivo aparente, ou aproveitando uma questão nervosa ou qualquer outra que nos surja, atacamos a despensa, o frigorífico… ou mesmo saímos de casa para comprar comida. Claro que me refiro a comida de absorção rápida… bolos, bolachas, gelados, guloseimas e afins.
Confesso que tinha muitos momentos destes antes… até demais a meu ver. Acho mesmo que até usava essa desculpa para me encher de porcarias. Logo a seguir sentia-me super mal-disposta tanto física como psicologicamente. Acontecia-me frequentemente à noite e ao fim de semana, principalmente quando estava sózinha. A comida era a minha companhia…
Hoje vejo que isto me acontecia essencialmente por dois factores… um deles tinha a ver com o facto de não comer nada de jeito durante todo o dia. Ou andava a petiscar porcarias o dia inteiro e quando chegava à noite tinha uma fome desmesurada, ou só tomava o pequeno almoço, e o almoço, estava a tarde inteira sem comer e quando chegava a casa atacava o que fosse rápido de mastigar e estivesse mais à mão. Como não me conseguia controlar, não parava de comer.
O outro factor é que eu utilizava a comida como recompensa de alguma coisa… sim eu sei que isto pode ser considerado uma desculpa para me empaturrar… mas eu sentia-me sozinha e “utilizava” a comida como companhia. E também sei que estava muito presa ao passado e aos problemas antigos. E parecia-me que a comida me compensava.
O problema é que estes episódios se repetiam cada vez com mais frequência… sem que eu me apercebesse disso. Sentia-me arrependida quando os tinha…mas no dia seguinte fazia de novo…
Como resolvo hoje em dia estes momentos?
Faço 7 refeições diárias. Não podem ser 3 refeições principais e 4 petiscos! Faço mesmo 7 refeições... páro, preparo o que tenho para comer e como com calma. Dizem vocês: "não tenho tempo para isso" ou " tinha de andar carregada de comida". Pois, eu ando carregada de comida. Entre as idas ao ginásio de manhã, seguir para a escola e depois à noite ir ao ginásio de novo, as únicas refeições que faço em casa são o pequeno almoço, o jantar e a ceia. As restantes levo-as comigo.
Tenho uma rotina de exercício físico que me aliviou muito os episódios de stress emocional... o ginásio tem funcionado como uma lufada de ar fresco na minha vida. Faz-me bem ao corpo e ao espírito. Quando lá estou não penso nos problemas...quando saio de lá estou com o corpo cansado e a cabeça mais leve. Acreditem, aprendemos a relativizar as coisas e não damos importância a coisas que antigamente nos consumiam...
Por vezes, em casa se me sinto mais em baixo, ou começo a perceber que os "fantasmas" querem sair do armário, tento livrar-me disso ouvindo música (as músicas do rpm tem funcionado às mil maravilhas... ) e arrumando coisas em casa que habitualmente não mexemos (gavetas, fotografias, caixas de tralha, etc.). Acabamos por nos livrar de coisas que já não nos fazem falta e arrumamos os "fantasmas" também...
Comigo tem resultado. Em 6 meses só por uma vez que fui às bolachas do meu filho... comi 4 e fiquei de tal forma cheia de culpa que no dia seguinte fui ao RPM das 7.15!!!
Agora muito a sério. Sei que não é fácil... mas não usem este argumento para comer... quando criei este blog foi para contar a minha história no Peso Vital. Mas hoje em dia gostaria que as pessoas o vissem como um espaço em que eu posso passar uma mensagem de vida equilibrada, de mudança de hábitos de vida e de que é possível mudar.
Muito bom :)
ResponderEliminarParabéns pela tua determinação, conseguiste atingir uma educação alimentar peça qual muita gente anseia mas nem todos conseguem! Beijinho
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarGosto tanto de ler o teu blog, porque me inspira e me motiva a fazer mais por mim. tudo é possível, não é :)?
A mim faz-me falta um PT como esses que te acompanham no ginásio, que me motive e puxe por mim. Eu vou tentando ginasticar sozinha com corridas e caminhadas, mas os quilos a mais continuam por cá :( [não há desculpas, porque o meu problema tem mesmo a ver com a alimentação, e esta história da fome emocional também tem capítulos por aqui...]
Muitos parabéns!
Beijinhos*