quarta-feira, 12 de novembro de 2014

3 anos depois

3 anos! Faz hoje 3 anos que a minha vida mudou. Nunca imaginei quando entrei para o Holmes Place que tudo na minha vida ia ser diferente. Ao entrar no programa Peso Vital nem acreditava que ia conseguir perder o peso que perdi. No dia 12 de Novembro de 2011, quando ouço o meu nome como vencedora, achei que era um sonho… eu, que sempre fui uma desistente, afinal tinha conseguido. Por mim, com a minha força interior.
Nada foi como dantes. Aprendi a ser mais confiante, a não me esconder do mundo, a sorrir, a saber estar com as pessoas. Aprendi que nós temos das pessoas exatamente aquilo que damos. Pessoas houve que se afastaram de mim… que disseram que me tornei convencida… no fundo sempre fui a Paula envergonhada e tímida, mas agora eu gostava de mim.
Passaram 3 anos. A vida deu muitas voltas e nem todas positivas. E os últimos meses revelaram o melhor que me aconteceu mas também o pior. Surgiram dificuldades e, como sempre a minha capacidade de lidar com situações difíceis não é das melhores. Quis desistir, quis afastar-me… não é solução, claro, mas definitivamente não sei lidar com situações complicadas.
O ginásio acabou por passar para 2ºplano. E o corpo ressentiu-se… aliado à falta de treino, a cabecinha não estar a funcionar como devia de ser, começou a mostrar-me o porquê de não poder parar de treinar.
Tive de parar de treinar com o Tiago. A minha situação económica não me permitia pagar a um personal trainer. E aqui levei não um, mas dois choques. Aquele miúdo que para mim era a minha força e a minha motivação, que tanto me ensinou e me apoiou nestes últimos anos, afastou-se de mim… hoje quase não me fala. Com muita pena minha, hoje considero que eu era apenas um forma de rendimento para ele…
Outras pessoas houve que se afastaram… inicialmente achei que era culpa minha, que estava a afastar as pessoas devido a não me sentir bem comigo mesma. Hoje já não sinto isso. Continuo a ter amigos de verdade, que apesar de tudo estiveram sempre ao meu lado. As “Susanas” apenas mostraram que a amizade delas era apenas para as coisas agradáveis… quando me viram chorar e a pedir apoio, resolveram ir correr para outro lado…
Hoje olhando as fotos e recordando o momento de à 3 anos atrás, sei que a única pessoa capaz de recuperar dos momentos menos bons dos últimos tempos, sou eu. Conto com o apoio de meia dúzia de pessoas, é certo, mas a força tem de partir de mim. E ao escrever isto, sinto que estou a deixar os fantasmas saírem. E que vou voltar a ser a Paula de à 3 anos atrás.
Abram alas!!!!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A importância dos amigos

Amanhã faço 49 anos. Os 49 anos é uma marca dificil para mim. A minha mãe faleceu com 49 anos e eu sempre disse que tinha medo que me acontecesse o mesmo. Quando perdi peso, sabia que o estava a fazer prque tinha medo de morrer. Cada vez que preciso de fazer exames médicos tenho medo dos resultados. É uma paranóia mas vivo com isto desde que ela se foi...
E amanhã chego aos 49. 
Este ultimo ano não tem sido nada fácil. A vida prega-nos partidas duras e ensina-nos da pior forma. Um dia somos os maiores e sentimos que nos tratam como pessoas importantes, no outro dia sentimos que afinal não éramos assim tão importantes. Olho à minha volta e restaram dois ou três amigos... o resto, pelos vistos, não eram amigos. É duro ver como as pessoas mudam.
Quando comecei a perder peso, uma das coisas que mais me ajudou foi o fator social. Sempre me senti um pouco bichinho do mato e ao mudar o corpo, a cabeça foi mudado e deixei de estar tão fechada. Comecei a saber estar com as pessoas de uma forma saudável, comecei a acreditar que as pessoas gostavam da minha companhia. Este lado social foi muito importante porque me deu auto-estima e me deu confiança. 

Nos últimos meses, a minha vida deu uma volta. Em termos económicos surgiram dificuldades. O meu ânimo desvaneceu-se e senti-me desorientada. Deixei de ter forças para ir tantas vezes ao ginásio e o corpo ressentiu-se. Nas vezes que ia, sentia-me estranha... aqueles que eu achava que eram meus amigos estavam mudados, já não falavam como antes, ou deixavam de falar. Aquele lugar que era o meu escape e que me fazia esquecer o stress em que a minha vida estava, começou a tornar-se mais um espaço onde me sentia sufocada. 
Inicialmente achei que a culpa era minha. Por estar cheia de problemas não estaria "disponível" para as pessoas. Mas hoje já não acho isso. As pessoas afinal não gostavam de mim. Não podiam gostar, caso contrário teriam outra atitude. 
Continuo a gostar de treinar mas hoje vou ter que procurar alternativas ou então vou ter que arranjar forças para conseguir lidar com isto. Felizmente tenho duas ou três pessoas que continuam a acreditar na nossa amizade e têm "puxado" por mim. A Rita e o Zé...e a Sandra também. Cada um à sua maneira, têm-me dado a mão. Os outros, a tal equipa Keep Calm... bah morreu.

Amanhã faço 49 anos. Mas estou tão triste...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A tristeza atrás de um sorriso

O último dia de verão. Uma ida à praia, com algumas fotos para registar o momento. Olho para esta foto e quase não me reconheço. Vejo uma mulher que se esconde atrás de um sorriso e de uns óculos escuros...
Sinto-me cansada, mais gorda, menos atlética. Sinto-me sózinha no meio da multidão... os supostos amigos só o eram quando eu estava bem. Onde estão agora? Ah, pois, dá trabalho "aturar" alguém que está triste e deprimido, que precisa de uma palavra amiga ou de um ombro não é?

A vida é injusta...

Não será o meu melhor post, eu sei... mas a vida é composta de momentos bons e outros menos bons. E normalmente é quando estamos mal que vemos quem realmente vale a pena...

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Desmotivada

Ando desaparecida.
Não tenho tido vontade de escrever aqui nada.
Estou desmotivada.
E... não tenho ânimo para treinar...

Sinto que estou a deitar por terra tanto esforço, tanta dedicação... mas não estou a ser capaz.

Não sei o que fazer...

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sou uma Supa Star!!!

E finalmente hoje vi o resultado daquele dia inesquecível. Fui fazer a sessão fotográfica. Cheia de nervoso miudinho sem saber exatamente o que se ia passar, fui ter ao local marcado. 
No cabeleireiro foi o primeiro miminho... cabelo e maquilhagem...lol eu maquilhar-me???? Pois essa foi a primeira novidade. Mas adorei o resultado! Nem parecia eu!!

Depois a roupa... acho que dei logo barraca porque o vestido que me deram parecia muito pequeno e achei que não me ia servir. Enganei-me. Ficou 5 estrelas. Pior mesmo foi os sapatos de salto alto. Ainda não consegui habituar-me e custou um bocadinho. Mas teve que ser!

Seguimos então para a Fundação Champalimaud. As fotografias iam ser tiradas naquela zona. Já conhecia pois há uns meses atrás já tinha andado por ali a passear. Era eu e outra Supa Star o que tornou as coisas mais fáceis pois estávamos ambas sem saber muito bem o que fazer. Mas com a ajuda e a simpatia da Catarina e o profissionalismo do Pedro tudo foi correndo bem. E as fotos foram saindo.




O resultado foi este!!! Adorei a experiência, senti-me especial, quando olho para as fotos é um misto de emoções que me deixa motivada para continuar a minha luta pela saúde e pela alegria de viver!!

Só tenho que agradecer de coração à Cataria e ao Pedro por terem tornado este momento tão importante para mim!!!


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Um desafio diferente ...

Nos últimos tempos não tenho publicado muita coisa no blog. Tenho tido alguns momentos menos bons, dos quais não quero falar agora. Falarei disso quando sentir a minha cabeça mais arrumada e me sentir mais à vontade para isso. Ao criar este blog à três anos atrás, foi com o intuito de ir contando o grande desafio que foi entrar para o Holmes Place e perder peso. 
Foi o GRANDE DESAFIO mesmo. Mas tal como eu tenho dito, perder peso não é a parte mais dificil do processo. O que mais me tem custado é a mudança interior, é a aceitação de que isto é para toda a vida, é a aceitar o corpo com as suas mudanças, é perceber que esta mudança não tem só momentos bons. E principalmente os "olhos" que nos rodeiam são sempre acusadores... sentimo-nos um exemplo quando estamos bem; mas quando, por algum motivo, não conseguimos estar bem, aí parece que olham para nós como que a dizer "ela está a voltar ao mesmo..."
Não é fácil viver sempre com o estigma da obesidade... perdi peso, mudei a minha vida. Mas preciso de me manter focada, sempre. É quase como uma pessoa que precisa de tomar medicamentos para o resto da vida... Claro que nos podemos esquecer um dia, mas não podemos deixar de os tomar. Sei que tenho que ter cuidados alimentares para sempre... e que preciso de treinar para sempre. Não que isso seja um sacrifício, claro, mas não posso descurar nada. 

Entretanto tenho andado muito desmotivada. Até pensei que poderia estar numa situação de overtraining... Não sei... Mas aqui há umas semanas ao visitar o site http://supa-woman.com/ descobri algo que me chamou a atenção. Uma rubrica designada Supa Star que consiste numa sessão fotográfica com mulheres "normais" na sociedade, que se quisessem "atrever" a ser fotografadas. Chamou-me a atenção porque eu tenho uma relação estranha com a minha imagem. Acho que estou sempre mais gorda quando me vejo ao espelho, mas quando vejo as minhas fotos pareço sempre mais elegante. E depois o ser fotografada por um profissional é um desafio que eu já tinha pensado, mas que, por falta de coragem não o tinha feito.

Resolvi enviar um mail. Tinha de falar sobre mostrando porque gostaria de ser uma Supa Star. Resumi um pouco daquilo que foram estes ultimos 3 anos da minha vida, a minha mudança e juntei duas fotos. Uma do antes e uma do depois. Passados uns dias recebo um mail a responder-me, dizendo que tinha sido escolhida para a sessão. Fiquei feliz mas super nervosa... teria coragem de ir? Teria à vontade com pessoas que não conhecia? Mas o bichinho começou a deixar-me ansiosa... 

Estava marcado para dia 2 de Julho.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Altos e baixos

Ao fim de pouco mais de 3 anos, começo a sentir-me cansada. Aliás não é bem cansada, é mais saturada. Deixei que o exercício se tornasse uma rotina e hoje sinto que já não me dá tanto prazer. Em Março verifiquei que tinha aumentado de peso e precisei de fazer um shake a mim mesma. Alterei hábitos alimentares, alterei o treino e voltei ao normal.

Mas há qualquer coisa que não anda bem... sinto que já não consigo dar o mesmo que dava antes. Pode ser cansaço, claro, mas cá para mim é rotina. Por vários motivos tive de deixar de treinar com o Tiago e só eu sei o que me custou. Aquelas duas vezes por semana eram uma lavagem à alma e uma tareia ao corpo; ultimamente os meus treinos com ele eram muito mais psicológicos mas tinham um efeito reparador em mim e mantinham a minha motivação em alta. Mas não consegui manter isso... depois de contas feitas, era difícil chegar ao fim do mês e achei que era altura de parar.

Mas aí, veio uma maré de desmotivação, de desalento... não tenho ido tantas vezes ao ginásio, quando lá vou já não faço as aulas com o empenho que fazia. Sinto-me triste e sem vontade de sair de casa. Tento lutar contra isto, porque sei que não é o melhor mas não está fácil. Preciso de me voltar a focar em mim... as dificuldades na vida vão-se manter sempre, tenho que saber lidar com isso...


terça-feira, 13 de maio de 2014

Nunca chega

Para o comum dos mortais, temos que ser perfeitas. Pois...mas não somos... saber aceitar que apesar de ter perdido 40 kilos não ficamos com um corpo de deusa. Nada disso. Nem eu estou a queixar-me disso, até porque aceito as minhas peles soltas na barriga...

Uso bikini com o maior orgulho de sempre. Tenho o rabo grande... sim tenho; tenho o peito pequeno e descaído... também tenho sim; tenho a pele da barriga cheia de rugas e solta... também é verdade, tenho.

Utilizando uma expressão de alguém que me é muito querido... "E??????" Qual é o problema de não ter ficado perfeita?? Aliás o que é a perfeição??? Eu sinto-me bem comigo mesma, sei que tenho uma condição física muito boa, tenho energia para dar e vender. Tenho que manter-me focada no exercício é certo e tenho que manter cuidados alimentares também, mas isso não é problema. Faço-o com gosto e muita determinação.

Por isso custa-me que a sociedade critique e se diga "Ah perdeu tantos kilos e agora tem as peles caídas e anda com elas à mostra..." e que perguntem "Porque não vais fazer uma cirurgia para tirares as peles?"

Enfim... lembrei-me de fazer este post depois de ter lido um artigo que vou pôr aqui e que me fez sentir exatamente o mesmo que esta rapariga...

"Brooke Birmingham tem 28 anos e perdeu 78 quilos. Aparentemente, não chega. Para a revista Shape, Brooke tinha de ter perdido 78 quilos e não ter "sobras". Brooke precisava de ter perdido 78 quilos, história bonita para a revista, mas não podia estar de biquini, como todas as mulheres que aparecem no seu site. Para a revista Shape que - não se iludam - faz apenas aquilo que os leitores esperam que esta faça, a história de Brooke só é de sucesso se ela se tapar. Se ela, 78 quilos depois, continuar a sentir-se envergonhada, a esconder-se. A revista Shape é uma merda porque a sociedade em que vivemos é uma merda. A revista Shape é uma bully porque a sociedade é má, mesquinha. Para a revista Shape a história de Brooke só é uma história de sucesso se ela esconder aquilo que a revista Shape não considera digno de um modelo de sucesso. A revista Shape quer que as leitoras gordas se motivem a perder peso para ficarem perfeitas debaixo da T-Shirt. Porque as pregas que Brooke tem, troféus da sua conquista, são um embaraço para a revista Shape. Não se enganem. A revista Shape também somos nós. Bem haja as "Brookes" do mundo, que nos chamam à razão."

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ninguém tem pena das pessoas felizes!!

Ninguém tem pena das pessoas felizes. Os Portugueses adoram ter angústias, inseguranças, dúvidas existenciais dilacerantes, porque é isso que funciona na nossa sociedade. As pessoas com problemas são sempre mais interessantes. Nós, os tontos, não temos interesse nenhum porque somos felizes. Somos felizes, somos tontaços, não podemos ter graça nem salvação. Muitos felizardos (a própria palavra tem um soar repelente, rimador de «javardo») vêem-se obrigados a fingir a dor que deveras não sentem, só para poderem «brincar» com os outros meninos.
É assim. Chega um infeliz ao pé de nós e diz que não sabe se há-de ir beber uma cerveja ou matar-se. E pergunta, depois de ter feito o inventário das tristezas das últimas 24 horas: «E tu? Sempre bem disposto, não?». O que é que se pode responder? Apetece mentir e dizer que nos morreu uma avó, que nos atraiçoou uma namorada, que nos atropelaram a cadelinha ali na estrada de Sines.
E, no entanto, as pessoas felizes também sofrem muito. Sofrem, sobretudo, de «culpa». Se elas estão felizes, rodeadas de pessoas tristes, é lógico que pensem que há ali qualquer coisa que não bate certo. As infelizes acusam sempre os felizes de terem a culpa. É como a polícia que vai à procura de quem roubou as jóias e chega à taberna e prende o meliante com ar mais bem disposto. Em Portugal, se alguém se mostra feliz é logo suspeito de tudo e mais alguma coisa. «Julgas que é por acaso que aquele marmanjo anda tão bem disposto?», diz o espertalhão para outro macambúzio. É normal andar muito em baixo, mas há gato se alguém andar nem que seja só um bocadinho «em cima». Pensam logo que é «em cima» de alguém.

Ser feliz no meio de muita gente infeliz é como ser muito rico no meio de um bairro-de-lata. Só sabe bem a quem for perverso.
Infelizmente, a felicidade não é contagiosa. A alegria, sim, e a boa disposição, talvez, mas a felicidade, jamais. Porque a felicidade não pode ser partilhada, não pode ser explicada, não tem propriamente razão. Não se pode rir em Portugal sem que pensem que se está a rir de alguém ou de qualquer coisa. Um sorriso que se sorria a uma pessoa desconhecida, só para desabafar, é imediatamente mal interpretado. Em Portugal, as pessoas felizes sofrem de ser confundidas com as pessoas contentes.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O 1º post de 2014

Enquanto faço tempo para ir treinar, resolvi vir ao blogue ver se havia alguma novidade. Já aqui não venho há meses publicar nada. Não porque não tenha nada que dizer... muito pelo contrário, mas nos últimos meses a minha vida tem sido uma roda viva, que nem tempo para parar e escrever. E para ser sincera, bem falta me tem feito. Escrever é uma terapia, ler o que escrevo é uma introspeção.

Mas não tenho conseguido. Mudei de casa, tive problemas pessoais que me deitaram muito abaixo, tive momentos em que treinar era um escape e outros em que não me apetecia fazer nada... A vida tem altos e baixos, e eu sei que preciso de me manter serena para conseguir manter-me focada na melhoria da minha auto-estima. Sinto que qualquer desvio se revela no corpo da pior forma possível. Muitos podem pensar que estou a ser ridícula ao achar que estou a perder condição física e forças, mas na realidade senti-me assim ...

A época das festas nunca é fácil. Sinto as duas vozinhas dentro de mim a tentarem lutar para que eu não me perca... confesso que fiz algumas asneiras. Sei que também foi uma altura de demasiadas emoções que inevitavelmente me tentam a prevaricar... Mas pronto essa parte já lá vai e estou a voltar ao caminho normal.

Aos poucos estou a (re)começar. Posso arriscar a dizer que estou a voltar ao meu melhor. Mas com calma... Quero chegar ao bem estar fisíco, emocional e social que sei que mereço. E chego lá, sei que chego...

Até lá, novos desafios me esperam... mas disso falarei a seu tempo.